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domingo, 3 de outubro de 2021

A ÁGUA E OS SERES VIVOS

A ÁGUA E OS SERES VIVOS

    

    Interessante buscar esse título na internet e perceber que, para a galera "seres vivos" é o "ser humano". Sim, quando o tema busca unir seres vivos e água, a internet mostra: uso inteligente da água, quantidade de água no corpo humano, a importância de tomar água, como se manter hidratado, e por aí vai....

    Entretanto, a água é um elemento químico necessário a todos os seres vivos, a começar pelo fato de que, foi nos mares primitivos que surgiram as células. Não fossem os mares, as células não teriam condições ambientais para se formarem.

    A unidade funcional e estrutural dos seres vivos chama-se célula, e o citoplasma, substância orgânica que preenche as células apresenta em média, 70% de água em sua composição. A água dissolve a maioria das substâncias dentro das células e em organismos multicelulares, faz o transporte de nutrientes, gases, e as demais substâncias entre as células e entre os órgãos. A temperatura da célula ou do corpo dos seres vivos, é controlada pela água. A maioria das funções biológicas é mediada pela água.

    Conhecemos três tipos de células: as procariontes , as eucariontes animais e as eucariontes vegetais. Os três tipos são preenchidos por uma substância transparente, de consistência gelatinosa, chamada citoplasma. A foto abaixo representa os três tipos células esquematizados:


        Observe os três esquemas e identifique os elementos presentes nos três tipos de células e os exclusivos  de cada um deles. A diferença mais evidente é a estrutura chamada carioteca. A carioteca é a membrana que protege o material genético nas células eucariontes, as procariontes não têm essa membrana.
        Organismos procariontes vivem em quase todos os ambientes, mas na água, vivem as cianofícias, procariontes responsáveis pela produção da maior parte do oxigênio atmosférico. Outros procariontes são as conhecidas bactérias e as arqueobactérias. Os demais seres vivos apresentam células eucariontes. 
        Repare que na célula vegetal existe uma estrutura que ocupa quase todo o interior da célula, chamada de vacúolo. O vacúolo tem água em seu interior e é responsável pelo equilíbrio hídrico no interior da célula vegetal e pela manutenção da rigidez dessa célula, funciona como um "esqueleto de sustentação" das células vegetais. Quando uma planta murcha, é porque o vacúolo perdeu água para o ambiente.
         Encerrando esse post, a partir de agora, espero que vocês compreendam que a água é muito importante para qualquer tipo de célula, não só para as células humanas. Pois vivemos em um planeta onde o equilíbrio ecológico depende de fatores que vão além da sobrevivência humana.


    


domingo, 8 de agosto de 2021

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE CROMOSSOMOS SEXUAIS E CONSANGUINIDADE

    Os seres vivos apresentam o conjunto de cromossomos (cariótipo) dividido em dois grandes grupos: os autossômicos e os sexuais. Autossômicos, geralmente são os cromossomos onde se encontram genes que determinam características comuns aos dois sexos fisiológicos e os sexuais, apresentariam genes determinantes das diferenciações entre os sexos. 

  Entretanto, o Projeto Genoma já identificou mais de 25 genes determinantes do desenvolvimento sexual distribuídos nos cromossomos autossômicos. Acredita-se que à medida que os estudos genômicos evoluam, novos genes relacionados ao desenvolvimento sexual de ambos os sexos fisiológicos, sejam conhecidos. O que derruba a concepção: "Só existem dois sexos: o XX e o XY." 

    Por exemplo, o gene SRY é o responsável pelo desenvolvimento dos testículos - gônadas masculinas - existem registros de casos em que o gene SRY pode se deslocar para o cromossomo X, durante a formação dos gametas. Nesse caso o indivíduo, apesar da determinação genética feminina, apresenta testículos e pênis. Casos como esses são chamados de intersexuais e não hermafroditas, pois o conceito de hermafroditismo implica em fertilidade de ambos os gametas, e os intersexuais são inférteis.

    Mas, a título de estudo nos concentraremos  no par sexual. São cromossomos bem diferentes dos autossômicos. O Cromossomo X é muito maior que todos o outros e o Y, bem menor. A combinação desses cromossomos, que originam os dois sexos fisiológicos humanos, encontram-se representadas na imagem abaixo:

    Quando o cariótipo apresenta dois cromossomos X, o indivíduo,  na espécie humana, pertence ao sexo feminino, e produz os ovócitos portadores apenas dos cromossomos X. Repare no esquema, que a presença de dois cromossomos idênticos no par sexual propicia o pareamento de genes idênticos. Assim, o indivíduo do sexo feminino apresenta o par completo e as três combinações possíveis para um par de genes: 
 O humano do sexo masculino(1), por sua vez, possui apenas um cromossomo X , o que impede a formação de um par de genes, pois, os genes presentes no cromossomo Y, não são da mesma qualidade e por isso, não formam pares com os genes do cromossomo X. Os espermatozoides ou carregam o X, ou carregam o Y:
    Algumas características ocorrem por determinação de genes presentes ao cromossomo X (representados pela cor bege na porção bordô do esquema acima), essa herança chama-se Ligada ao sexo; quando a característica é determinada por um gene presente no cromossomo Y (representados pela cor cinza na porção cor-de-laranja do esquema), denomina-se Restrita ao sexo; e, quando determinada por um gene situado na parte "verde" do esquema (cor roxa), chama-se Influenciada pelo sexo.

    Em felinos, o padrão tricolor da pelagem é determinado geneticamente. Em moscas da fruta, a coloração do olho branca ou vermelha, também. Em humanos, a distrofia muscular de Duchenne, o daltonismo e a hemofilia são exemplos de doenças ligadas ao sexo.
    

 Um pouco de História:

   A Rainha Vitória da Inglaterra e o Príncipe Albert tiveram nove filhos. Um deles, o oitavo, chamava-se Leopoldo e era hemofílico. Nasceu em 1853 e devido aos recorrentes casos hemorrágicos graves, tornou-se “principal objeto de interesse na vida” da rainha. Superprotegido, faleceu aos 31 anos devido a uma hemorragia, no joelho, causada por uma queda em Canes.

    Acredita-se que o gene recessivo "h" ligado a um dos cromossomos X da rainha resultou de uma mutação. A rainha Vitória apresentava então,  o genótipo heterozigoto: e o príncipe Albert: . As combinações genéticas possíveis para esse cruzamento, estão representadas no quadro de Punnet abaixo:

                               

    A hemofilia desencadeada nesse primeiro casamento, se alastrou pela Europa, devido ao hábito da realeza de realizarem casamentos consanguíneos, entre primos. Alberto e Vitória eram inclusive, primos.  Identifique no quadro de Punnet acima que:

1. O cromossomo X dos filhos é herdado da mãe, pois a determinação genética do sexo é transmitida pelo cromossomo Y, de origem paterna.

2. Como as filhas recebem um cromossomo X de cada progenitor, geralmente apresentam os genótipos homozigoto dominante ou heterozigoto. No caso de heterozigose, são denominadas portadoras do gene para hemofilia.

    Mulheres hemofílicas são raríssimas, mas acontece de algumas sobreviverem porque, no sexo feminino as dificuldades de coagulação sanguínea são menos perigosas. O texto da Organização Científica Pfizer expõe algumas implicações médicas decorrentes dessa condição genética rara.

        Casamentos consanguíneos são hábitos humanos que, muitas vezes, reforçam a expressão de mutações. É mais provável que um gene recessivo se mantenha dentro de uma família e acabe por aumentar sua expressão na população, por isso, quando parentes próximos intencionam produzir descendência, aconselha-se o acompanhamento genético. Credita-se ao hábito de casamentos entre irmãos da realeza egípcia, a frequência de mortes e síndromes em faraós; da mesma forma, muitas síndromes raras causadoras de má-formações neurológicas , articulares ou  musculares, se devem à consanguinidade.

    Ainda dentro dessa contextualização histórica, cabe ressaltar que o Rei Henrique VIII e Napoleão são alguns exemplos de homens, que  "trocaram de esposas" porque elas eram "incapazes de lhes dar um filho homem para garantir a descendência". Sabendo que o par sexual da mãe é composto por dois genes X, e o par heterogamético - XY- na espécie humana (1), é o masculino, o que você acha dessa visão?

NOTA (1) - Considera-se sexo heterogamético, o que apresenta os cromossomos diferentes. Em aves, por exemplo, o sexo heterogamético (ZW) são as fêmeas e o homogamético (ZZ), os machos.


quinta-feira, 15 de julho de 2021

GENÉTICA: QUANDO MENDEL NÃO DÁ CONTA!

     Gregor Mendel foi um monge que abriu os olhos da Biologia para a transmissão de características hereditárias por recombinações gênicas, suas duas leis explicam o mecanismo posteriormente conhecido e estudado como "genética".

    As duas leis são: 

1ª - Cada caráter é determinado por um par de fatores que se separam na formação dos gametas, indo um fator do par para cada gameta, que é, portanto, puro”.

    Explica que cada característica do indivíduo, independente se visível ou não, é determinada por um par de genes que se separam durante a formação de gametas na meiose, quando cada gameta passa a trazer uma combinação de genes única e diferente. 



2ª - “As diferenças de uma característica são herdadas independentemente das diferenças em outras características”.

    Explica que cada par de gene se combina e expressa de maneira independente, determinando descendentes diferentes entre si e em relação aos pais.



    Segundo pesquisas posteriores a Mendel, foi constatado que cada letra, por convenção, determina um gene, no genótipo, e características traduzidas no fenótipo. Todavia, estudos posteriores em genética identificaram outras heranças que, apesar de determinadas por diferentes combinações alélicas, não obedeciam a essas leis. Algumas não apresentavam dominância, outras não obedeciam à proporção esperada por ação de genes letais, outras se expressavam de maneiras diferente porque os genes se encontram nos cromossomos sexuais, ou ainda, apresentavam-se como decorrentes da combinação de mais de um par de gene. 

    Dentre as que não apresentam dominância, é possível identificar: textura do cabelo em humanos: crespo, liso (homozigotos) ou, ondulado (heterozigoto); o fator MN: M, N (homozigotos) ou, MN (heterozigoto); flores vermelhas, amarelas (homozigotos) ou alaranjadas (heterozigoto) em bocas-de-leão; penas cinza, brancas (homozigotos) ou carijó (heterozigoto) em galinhas d'angola.

    Em casos de dominância completa, a proporção esperada para o cruzamento entre heterozigotos é 1:2: 1:

    Ocorre que em alguns cruzamentos, como por exemplo, no caso de cruzamentos entre camundongos amarelos, a descendência de camundongos amarelos homozigotos dominantes não aparecia:
        Esta variação na proporção permitiu identificar que o gene "A", quando em homozigose, é letal, ou seja: os indivíduos AA não sobrevivem. Como o gene para cor da pelagem, além de determinar a cor, também causa a morte de indivíduos quando em combinação específica, essa herança é chamada de Pleiotropia. Nos seres humanos alguns exemplos de genes pleiotrópicos letais são: anemia falciforme alfa (4 genes dominantes faltantes), fibrose cística (aa) e acondroplasia (AA).
        O caso dos genes associados aos cromossomos sexuais determina uma série de características a serem estudadas em um post exclusivo, pois são muitas variáveis que ampliariam de maneira considerável esse post.
        Da mesma forma, as características determinadas por mais de um par de genes são estudadas como variações do di-ibridismo, conhecidas como interação gênica, epistasia ou herança quantitativa.
        Portanto, aguardem pelo menos mais dois posts comentando as transmissões de caracteres genéticos por cromossomos sexuais e por di-ibridismo.
        Por enquanto, você pode testar sua habilidade em reconhecer combinações gênicas hereditárias, neste jogo: Hereditariedade em humanos  Dica: não abra o jogo em tela cheia para ter melhor resolução das imagens.




sábado, 26 de junho de 2021

BACTÉRIAS? SOCORRO!!!! SQN!!!!! EXISTEM TAMBÉM, "BACTÉRIAS DO BEM"!

         Quando ouvimos a palavra bactéria, nossa reação automática é sentir medo e sair correndo... Mas, apesar dos monstrinhos verdes das propagandas de creme dental, sabonete e desinfetante, esses organismos unicelulares são muito maiores que o nosso umbigo.
    Para começar, a gente já inicia destruindo a ideia de que as árvores produzem o nosso Oxigênio... Isso mesmo, sabe quem produz a maior parte do oxigênio que respiramos? Ahãããmmmm, são as cianobactérias (também conhecidas como "algas azuis"), "bactérias" que fazem fotossíntese e compõem o fitoplâncton. Coloca essa aí na conta das "bactérias do bem".
Fonte:slideserv.com 
   

    As bactérias que não fazem fotossíntese também são essenciais na cadeia alimentar e reutilização da matéria orgânica. Nos ecossistemas, as bactérias atuam como decompositores. Ou seja, toda a matéria orgânica existente em um ecossistema precisa circular, formando novos organismos ou mantendo os que estão vivos, saudáveis. 
    Os decompositores, transformam a matéria orgânica morta em nutrientes utilizáveis pelas plantas na produção de suas células. Essas plantas, servirão de alimentos para os outros animais, participando de uma reação em cadeia que constantemente renova e reutiliza a matéria orgânica, transformando-a em biomassa. Quando um organismo não é decomposto, ele é mumificado... Imagine a quantidade de corpos mumificados que existiriam entre nós, se as bactérias não fizessem todo esse processo de reutilização da matéria orgânica!
    Aproveita e confere às bactérias o posto de "topo da cadeia alimentar". Não, não são os leões e tubarões que ocupam esse posto.
    Nosso corpo é um ecossistema ambulante. Dentro dele, existem milhões de bactérias. São elas, a maioria esmagadora dos organismos que formam a microbiota: 
Bactérias podem ser encontradas em nossa boca, pele, estômago, pulmões e intestinos. Nesses lugares, além de nos protegerem de infecções virais e bacterianas causadoras de doenças, ativam o sistema imune, auxiliam na absorção de vitaminas e outros nutrientes, otimizam a metabolização dos nutrientes proporcionando melhor absorção e aproveitamento pelo organismo, além de iniciar a decomposição da matéria orgânica presente nas fezes. Mais um ponto para as "bactérias do bem"!
    Outro ponto importante para as "bactérias do bem", é sua participação no Ciclo do nitrogênio.
    O nitrogênio é o gás em maior concentração na troposfera, cerca de 78%. Além disso, é fundamental para formar a molécula de proteína, molécula fundamental de todos os seres vivos. Todavia, mesmo com toda essa disponibilidade de nitrogênio na atmosfera, a maioria dos seres vivos não é capaz de metabolizar e absorver nitrogênio diretamente da atmosfera... 
    Adivinha quem participa do ciclo do nitrogênio, transformando-o para os outros seres vivos utilizá-lo? Uhummm, algumas bactérias, principalmente!

    São as bactérias do gênero Rizobium que fazem a fixação biológica do nitrogênio(FBN)atmosférico. Elas formam uma associação mutualística com as leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, amendoim, soja...) permitindo que essas plantas se tornem fontes de proteína, quase tão saudáveis quanto a carne dos animais. Essas bactérias f
ormam nódulos nas raízes dessas plantas, de onde captam o nitrogênio livre no solo, transformando-o em amônia e  disponibilizando para que produzam proteínas.
    Uma outra etapa do ciclo do nitrogênio consiste na amonização, quando bactérias e outros decompositores do solo, fazem a decomposição da matéria orgânica nitrogenada, liberando amônia (NH3) no ambiente. Essa amônia do solo, sofre uma série de reações químicas, transformando-se ao final, em íon amônio (NH4+). Outra forma de tornar o nitrogênio utilizável pelas plantas, é a nitrificação. Nesse caso, as bactérias nitrificantes convertem amônia (NH3) em nitrato (NO3-). 
    As plantas conseguem metabolizar o nitrogênio apenas se ele estiver compondo os íons amônio e nitrato. E os animais, adquirem nitrogênio para seu próprio metabolismo proteico, apenas por meio da alimentação.
    As bactérias, não só transformam o nitrogênio atmosférico em substâncias aproveitáveis pelos outros organismos, na síntese de suas proteínas. Elas também, mantêm o equilíbrio da concentração desse gás na atmosfera, pois, são as responsáveis pela desnitrificação, ou seja, transformam nitratos em nitrogênio, que devolvem à atmosfera.
    Pelo jeito, encheu a conta das "bactérias do bem", né? Por tudo que aprendemos hoje, já podemos começar a acreditar que bactérias são muito mais importantes para o meio ambiente do que para as propagandas de produtos de higiene e limpeza ou para fazer os seres humanos ficarem doentes! 
    
  

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

ECOSSISTEMAS E BIOMAS TERRESTRES E ADAPTAÇÕES ÀS VARIAÇÕES DE TEMPERATURA E CLIMA AMBIENTAIS

     Para começar, precisamos diferenciar ecossistema de Biomas: Ecossistema é a denominação para qualquer espaço geográfico onde interagem seres vivos e ambiente, um aquário é um ecossistema, florestas, também. Biomas são comunidades de seres vivos estáveis, que convivem em espaços físicos definidos por condições abióticas diversas, por exemplo, a Tundra e a Mata Atlântica são biomas característicos dos ecossistemas de florestas. 

     Os ecossistemas terrestres se distribuem por todos os continentes do planeta, compostos por Biomas, nos quais sobrevivem seres vivos adaptados às variações de clima e temperatura.

    
     Repare que os Biomas situados em regiões frias (pintados em roxo e verde azulado), chamam-se Tundra e Taiga. Em regiões de clima bem demarcado por estações do ano chamam-se Florestas temperadas (verde escuro). As de clima quente e úmido: Floresta tropical (verde). Savanas, Estepes (laranja) e as Pradarias ou Campos (verde claro) são Biomas que se distribuem tanto em climas quentes quanto em climas frios. E as distribuídas em locais com baixo índice de chuva anual, chamam-se Desertos (amarelo).

    TUNDRA (roxo): É um bioma característico dos ecossistemas do tipo DESERTO, pois, as chuvas, na maioria das vezes, são raras. O clima é tão frio, que as precipitações são nevascas, o que limita a disponibilidade de água líquida aos oceanos circundantes. Poucas plantas sobrevivem em ambientes tão frios, o inverno tem seis meses, e o solo é praticamente congelado todo o ano! Por isso, a vegetação, quando presente, é rasteira, geralmente composta de briófitas e angiospermas de pequeno porte, que se reproduzem durante os seis meses de "verão". Mas lembre-se, mesmo no verão, as temperaturas são muito baixas. 
    Os animais que habitam a tundra são geralmente mamíferos (vertebrados), alguns são aquáticos como focas, leões marinhos e baleias, e outros são terrestres como ursos polares, cabras da montanha e lobos. Conseguem viver nesse ambiente frio, porque possuem os pelos como cobertura corporal e uma camada espessa de gordura, capazes de manter a temperatura interna do corpo. 
    TAIGA (verde azulado): É um bioma do tipo floresta, com árvores de grande porte, geralmente gimnospermas, adaptadas às precipitações de neve no inverno. O formato "triangular" das copas faz com que a neve não se acumule, escorregando para o chão e as folhas finas, revestidas por uma epiderme grossa, impedem que congelem em contato prolongado com o frio. 
    Os animais são também, em sua maioria, vertebrados. Mas nesse bioma começam a aparecer aves de rapina e alguns répteis, como as serpentes, entretanto a maioria são mamíferos com a capacidade de trocarem a coloração do pelo para camuflagem, assemelhando-se com o solo branco do inverno (por causa da neve) ou verde (das outras estações do ano). Outra caraterística dos animais que vivem nesse ecossistema, é a hibernação: capacidade de reduzir o metabolismo ao máximo para não desperdiçar energia, mantendo a temperatura corporal estável no inverno.  Os répteis são raros, porque dependem do calor do sol para manter a temperatura corporal, então, as poucas serpentes "aparecem" nos meses mais quentes de verão.
    Os ecossistemas e biomas mais variados e com maior biodiversidade, se concentram nas regiões medianas do planeta. Desse modo, começam a se desenvolver as grandes florestas, savanas e campos.
    FLORESTA TEMPERADA (verde escuro): São os biomas que apresentam florestas de grande porte, formadas geralmente por angiospermas, pois, nesses biomas os invertebrados existem em grande quantidade. E a maioria desses animais, são polinizadores, promovendo a dispersão e reprodução dessas plantas. As estações do ano bem delimitadas, facilitam a sobrevivência de animais diversos como répteis, aves e mamíferos. Os anfíbios são raros, pois depende de umidade para sobreviverem, e a quantidade de chuvas nesses Biomas, geralmente se restringem a poucos meses do ano.
    FLORESTA TROPICAL (verde): São os biomas com maior biodiversidade devido à grande e constante quantidade de água. Neles, são encontradas angiospermas, gimnospermas de pequeno porte e pteridófitas em grande quantidade. As folhas, geralmente são muito grandes para facilitar a evaporação e impedir que a água se acumule nas células da plantas, o que, aliado às altas temperaturas frequentes, aumenta consideravelmente a quantidade de chuvas nesses biomas, 
    Da mesma forma, são nesses biomas que se distribuem a maior quantidade de invertebrados: anelídeos, vermes de vida livre, artrópodes variados e moluscos e muitos vertebrados do tipo anfíbios, pois esses animais respiram pela pele e por isso, precisa estar constantemente umedecida pelo ar atmosférico. Além disso, a temperatura corporal se mantém por troca de calor com o ambiente.
    ESTEPES, SAVANAS E CAMPOS (laranja e verde claro): Se caracterizam por apresentarem uma zona de transição entre os ecossistemas com muitas árvores de grande porte e os praticamente sem vegetação. Os Biomas característicos são as savanas, os pampas e as estepes.
     Geralmente, o solo dos campos é coberto por angiospermas do tipo gramíneas, e em pontos onde existam fontes de água, se formam "ilhas" de árvores de pequeno porte. No Brasil, o pampa, o cerrado e a caatinga são os representantes desse ecossistema, no mundo os mais conhecidos são as savanas africanas e as estepes russas. O solo, nem sempre é rico em nutrientes e em alguns casos, o clima seco, com baixa quantidade de chuva determinam o desenvolvimento de angiospermas do tipo de árvores baixas com troncos retorcidos, folhas pequenas e cobertas por uma camada grossa de "cera" que impede a evaporação da água.
    Devido ao clima seco desses biomas, os animais mais presentes são os répteis e os aracnídeos. Os pássaros são relativamente frequentes e os mamíferos, quando presentes, são roedores e outros, de pequeno porte.
    DESERTOS (amarelo): É comum associarmos a ideia desses ecossistemas ao calor, pela imagem muito presente do deserto do Saara, entretanto a principal característica dos desertos é a AUSÊNCIA DE CHUVAS, assim, existem desertos de clima frio como o do Atacama, do Ártico e da Antártica.
    As plantas nesses biomas costumam ser raras, geralmente angiospermas do tipo palmeiras ou cactos, as folhas desses sofreram modificações, transformando-se em espinhos que reduzem a perda de água ao limite extremo. Assim como os caules, que por serem verdes, substituem as folhas na tarefa de fazer fotossíntese e têm a capacidade de acumular água em seu interior.
    Como animais, pode-se afirmar que as populações são praticamente exclusivas de répteis e aracnídeos, mas alguns mamíferos, como roedores e ruminantes (camelos e cabras) conseguem sobreviver por terem adaptações que impedem as trocas de água com o meio. 
    Para concluir: é importante, que ao se tentar compreender a distribuição dos seres vivos nos ambientes terrestres tenhamos em mente que os seres vivos são dependentes das condições abióticas, isto é, não vivas dos ecossistemas, e que sua sobrevivência, se deve às adaptações a essas condições. 
    Desequilíbrios no clima, na quantidade de água e nas condições atmosféricas podem levar à uma reação em cadeia, provocando a extinção de muitas espécies e ao desaparecimento de muitos biomas.












terça-feira, 20 de outubro de 2020

NO MAR, A CASA DEPENDE DA LUZ

A água, seja ela salgada, salobra ou doce, é uma das principais condições abióticas para o desenvolvimento e manutenção da vida. As células são formadas por água, os processos de produção e gasto de energia necessitam de água para ocorrer, e grande parte das substâncias químicas necessárias às estruturas orgânicas estão diluídas em água. Dessa forma, começamos a estudar ecossistemas pelos aquáticos, mais precisamente, os marinhos.
Considera-se "ecossistema marinho" todo ecossistema dependente das águas marítimas, nesse caso, os costões rochosos, mangues, restingas, recifes de corais, praias, dunas e ilhas, são também ecossistemas marinhos.
Inicialmente iremos falar das zonas fóticas, ou seja, regiões de vida dentro dos mares e oceanos dependentes da penetrabilidade de luz solar. Para compreender o ecossistema marinho e seus habitantes, a ecologia define um zoneamento em relação à incidência de luz solar e as comunidades que transitam pela coluna de água.
Quanto à incidência de luz solar, as zonas são caracterizadas:
A disponibilidade de luz solar, determina a distribuição das comunidades marinhas, podemos então, associar a distribuição dos seres vivos no ambiente marinho, de acordo com as zonas fóticas descritas acima:

As cadeias alimentares marinhas se entrecruzam em teias alimentares diversas, devido ao grande trânsito das comunidades nas zonas fóticas, ao longo da coluna e da extensão (volume) de água que caracteriza o ambiente marinho. Uma cadeia (teia) alimentar marinha do ambiente marítimo da costa oeste dos Estados Unidos, está representada na figura abaixo:
Repare que, apesar do que determina o senso comum, as grandes baleias verdadeiras são consumidores primários ou secundários, pois se alimentam de plâncton garantindo grande aporte de energia pela alimentação direta de produtores.
Outro ponto a se considerar é que a cadeia acima não representa um nível trófico: os decompositores, que se constitui de bactérias presentes na água salgada.
Os ecossistemas marinhos por seu tamanho e características ecológicas são fundamentais para a sobrevivência dos demais ecossistemas terrestres, o que nos obriga a lutarmos pela sua manutenção e cuidarmos para que não seja poluído ou explorado ao seu limite, o que desencadearia extinção em massa tanto em ambientes aquáticos quanto terrestres.








terça-feira, 22 de setembro de 2020

OS LÍQUENS

 Se você passear pelas ruas e parques da sua cidade, encontrará sobre rochas, muros e troncos de árvores uma estrutura que às vezes parecem manchas coloridas, às vezes parecem casquinhas ou tufinhos acinzentados.



Essas estruturas não são classificadas no Reino Plantae, pois são um exemplo de uma relação ecológica, chamada: MUTUALISMO. 

São formados por uma união obrigatória entre fungos e algas, dois Reinos portanto, diferentes do Reino Plantae, apesar de formarem uma estrutura que lembra uma plantinha, em certos casos.

Nessa relação obrigatória, as algas contribuem com a energia e retenção de água, e o fungo, com a reprodução e a fixação do líquen no substrato. Chamamos de obrigatória porque ambos formam uma rede intrincada, da qual é impossível separá-los.
 
Os líquens têm função relevante no processo de sucessão ecológica, pois, geralmente ocupam o substrato antes das Briófitas. E também são considerados BIOINDICADORES.

A Ecologia chama de bioindicador, organismos vivos que se instalam nos ecossistemas indicando a presença ou ausência de poluentes. É o que ocorre com os líquens: só se instalam em locais onde o ar não está poluído. São portanto, bioindicadores de qualidade do ar atmosférico!