Para começar, a gente já inicia destruindo a ideia de que as árvores produzem o nosso Oxigênio... Isso mesmo, sabe quem produz a maior parte do oxigênio que respiramos? Ahãããmmmm, são as cianobactérias (também conhecidas como "algas azuis"), "bactérias" que fazem fotossíntese e compõem o fitoplâncton. Coloca essa aí na conta das "bactérias do bem".
As bactérias que não fazem fotossíntese também são essenciais na cadeia alimentar e reutilização da matéria orgânica. Nos ecossistemas, as bactérias atuam como decompositores. Ou seja, toda a
matéria orgânica existente em um ecossistema precisa circular, formando novos
organismos ou mantendo os que estão vivos, saudáveis.
Os decompositores, transformam a
matéria orgânica morta em nutrientes utilizáveis pelas plantas na produção de suas células. Essas plantas, servirão de alimentos para os outros animais, participando de uma reação em cadeia que constantemente renova e reutiliza a matéria
orgânica, transformando-a em biomassa. Quando um organismo não é decomposto, ele é mumificado... Imagine a
quantidade de corpos mumificados que existiriam entre nós, se as bactérias não
fizessem todo esse processo de reutilização da matéria orgânica!
Aproveita e confere às bactérias o posto de "topo da cadeia alimentar". Não, não são os leões e tubarões que ocupam esse posto.
Nosso corpo é um ecossistema
ambulante. Dentro dele, existem milhões de bactérias. São elas, a maioria esmagadora dos organismos que formam a microbiota:
Bactérias podem ser encontradas em nossa boca, pele, estômago, pulmões e intestinos. Nesses lugares, além de nos protegerem de
infecções virais e bacterianas causadoras de doenças, ativam o sistema imune,
auxiliam na absorção de vitaminas e outros nutrientes, otimizam a metabolização
dos nutrientes proporcionando melhor absorção e aproveitamento pelo organismo, além de iniciar a decomposição da matéria orgânica presente nas fezes. Mais um ponto para as "bactérias do bem"! Outro ponto importante para as "bactérias do bem", é sua participação no Ciclo do nitrogênio.
O nitrogênio é o gás em maior concentração na troposfera, cerca de 78%. Além disso, é fundamental para formar a molécula de proteína, molécula fundamental de todos os seres vivos. Todavia, mesmo com toda essa disponibilidade de nitrogênio na atmosfera, a maioria dos seres vivos não é capaz de metabolizar e absorver nitrogênio diretamente da atmosfera...
Adivinha quem participa do ciclo do nitrogênio, transformando-o para os outros seres vivos utilizá-lo? Uhummm, algumas bactérias, principalmente!
Uma outra etapa do ciclo do nitrogênio consiste na amonização, quando bactérias e outros decompositores do solo, fazem a decomposição da matéria orgânica nitrogenada, liberando amônia (NH3) no ambiente. Essa amônia do solo, sofre uma série de reações químicas, transformando-se ao final, em íon amônio (NH4+). Outra forma de tornar o nitrogênio utilizável pelas plantas, é a nitrificação. Nesse caso, as bactérias nitrificantes convertem amônia (NH3) em nitrato (NO3-).
As plantas conseguem metabolizar o nitrogênio apenas se ele estiver compondo os íons amônio e nitrato. E os animais, adquirem nitrogênio para seu próprio metabolismo proteico, apenas por meio da alimentação.
As bactérias, não só transformam o nitrogênio atmosférico em substâncias aproveitáveis pelos outros organismos, na síntese de suas proteínas. Elas também, mantêm o equilíbrio da concentração desse gás na atmosfera, pois, são as responsáveis pela desnitrificação, ou seja, transformam nitratos em nitrogênio, que devolvem à atmosfera.
Pelo jeito, encheu a conta das "bactérias do bem", né? Por tudo que aprendemos hoje, já podemos começar a acreditar que bactérias são muito mais importantes para o meio ambiente do que para as propagandas de produtos de higiene e limpeza ou para fazer os seres humanos ficarem doentes!