Um ser humano (Schneider) entra em sua nova casa na parte mais reclusa
de uma vila.
CORRETOR: Ótima escolha senhor, ótima escolha! Essa é uma ótima casa
realmente! A localização, a vista... ótima, ótima!
SCHNEIDER: Realmente, a localização é ótima. Meu trabalho requer muita
concentração, e o silêncio total daqui é perfeito.
CORRETOR: É, é... é. É um alivio ter finalmente encontrado um comprador.
Passei muito tempo procurando por alguém interessado após a saída repentina dos
três ultimos moradores. Mudanças em sequência assim sem explicação tendem a
afugentar as pessoas.
SCHNEIDER: Sem explicação?
CORRETOR: É, a... NOSSA OLHA A HORA! Eu preciso ir. Espero que aproveite
muito bem sua nova casa, boa sorte!
O corretor corre até seu carro, dá partida e some de vista.
Schneider entra na casa e começa a arrumar suas coisas.
Horas depois ele esta em seu escritório digitando quando ouve um barulho
estranho e fala consigo mesmo, alarmado:
SCHNEIDER: Estou sentindo uma treta.
Schneider levanta de seu assento e começa a andar pela casa a procura da
fonte do barulho.
Quando abre a porta do banheiro, ele encontra uma criatura sentada no
vaso com uma aura branca em volta de si, com pernas peludas e um jornal nas
"mãos".
FANTASMA 1: Ô cara, não viu que ta ocupado não? Não sabe bate ô mané!
Seu moscão bocaberta! Espectro branquelo insiguinificante!
SCHNEIDER: MAS QUE PORR... CARIA É ESSA?!
Fantasma 3 entra na cena:
FANTASMA 3: Nossa! Mais um se mudou pra cá? Esse cheira pior que o
antigo! Parece papel higiênico, aposto que também é fácil de PICAR!
Schneider olha para os dois sem emitir uma palavra.
FANTASMA 2: Mas que soera é essa? Opa, nofo inquilido! Temos um nofo
brinquedo acora.
Schneider olha para eles assustado tentando decidir o que fazer.
FANTASMA 1: Será que dá pra parar com essa barulheira? To querendo ler
meu jornal!
Schneider olha para as criaturas e sai correndo com o coração na boca.
No dia seguinte, Schneider tenta escutar a conversa das criaturas:
FANTASMA 2: Aquele franguinho mal-assado ta no nozo terretoreo, vamo soa
ele.
FANTASMA 3: E ele tem... Cabelo? Aquilo parece uma palha fedida!
FANTASMA 1: Ei, não é ele ali?
SCHNEIDER: O que são vocês? O que vocês querem aqui?
FANTASMA 3: O que VOCÊ quer aqui meu bein? HMMMM?
FANTASMA 1: Cara você cometeu um erro vindo aqui, agora você não vai
sair daqui vivo. HAHAHAHA
Nos dias seguintes Schneider sofre todo tipo de opressão possível pelos
fantasmas: não consegue dormir, recebe trotes falando sobre sua mãe,
interrupções enquanto atendendo aos chamados da natureza e tem a sua comida
voando e sendo jogada fora.
Certo dia ele decide bolar uma maneira de expulsar os fantasmas de lá. E
tem uma grande ideia: Chamar os caças fantasmas.
Ele vai até o telefone e liga para o numero que esta escrito na agenda.
SCHNEIDER: Alô, eu gostaria de contratar os caça fantasmas. Estou tendo
um certo problema na minha casa que precisa ser resolvido urgentemente.
VOZ DO OUTRO LADO DO TELEFONE: Cara, os caça fantasmas é só um filme,
idiota! HAHAHAHA - diz o fantasma 1, do outro lado da linha.
Schneider daí então passa os dias cada vez mais determinado a expulsar
os fantasmas de sua nova casa.
Cada dia mais oprimido pelos fantasmas, não podendo trabalhar ou sequer
viver sua vida em paz, ele entrou em depressão e pediu de joelhos por uma
trégua aos fantasmas, a qual eles negaram entre risos.
Certa noite, enquanto se lamentava em seu quarto, uma nuvem de glitter
aparece, e dela sai um cara suspeito.
CARA: Minha mãe tá ocupada hoje. Ela me mandou pra resolver suas tretas.
SCHNEIDER: Quê?
CARA: Sua fada madrinha, mané. O que aconteceu?
SCHNEIDER: O que diabos?!
CARA: Fala seus problemas logo que eu quero voltar pra casa e terminar
minha pizza.
SCHNEIDER: Uh... ok... é... tem umas criaturas na minha casa, será que
você pode... fazer alguma coisa... e tal?
CARA: Olha, seus problemas não vão se resolver com uma varinha de
condão. Até porque eu nem tenho uma varinha de condão. Só uso a da minha mãe, e
eu esqueci ela em casa, e se eu voltar agora de mãos vazias minha mãe me
esgana. Então é melhor a gente começar a raciocinar e pensar num plano pra
tirar eles daqui antes do amanhecer.
Schneider e o Cara passam um bom tempo pensando e tentando encontrar uma
solução para o problema, até que, depois de horas pensando, eles bolam um plano
brilhante.
SCHNEIDER: A gente podia inverter a situação...
CARA: PERA! Tive uma ideia genial! Vamos inverter a situação!
SCHNEIDER: FOI ISSO QUE EU DISSE!
CARA: Detalhes, detalhes. Vamos fazer o seguinte...
Schneider e o Cara combinam um plano e em seguida se direcionam para a
cozinha.
Lá, eles bolam várias maneiras de ridicularizar os fantasmas, e então se
escondem e esperam eles aparecerem e cairem em suas armadilhas e insultos.
FANTASMA 2: Gadê aguele bané, eu breciso dum zago de bancadas.
FANTASMA 1: Quieto, imbecil. Esse lugar cheira a treta.
FANTASMA 3: AHHHHHH! CARA, RATOS!
FANTASMA 2: Dão foi aguele bicho gue madou a gente guando a gente era
fifo-
FANTASMA 1: CARA CORRE CORRE!! COOOORREEEE!!!
FANTASMA 3: GAAAAAAAAH!!
FANTASMA 2: BÃÃÃÃEEEEE!!!
Os fantasmas saíram correndo e Schneider e o Cara, confusos, deixaram
seu esconderijo.
Correram até a frente da casa, e se viram livres dos fantasmas e com o
dia amanhecendo.
Virando-se para o Cara, Schneider diz:
SCHNEIDER: Valeu, cara. Obrigado por me apoiar nes-
CARA: Obrigado? OBRIGADO?! MINHA PIZZA DEVE TER ESFRIADO A ESSA HORA POR
CULPA DA SUA LERDEZA! VOCÊ TEM IDEIA DO QUANTO EU ODEIO PIZZA FRIA?! É MELHOR
QUE VOCÊ TENHA O DINHEIRO EM MÃOS, SE NÃO-
SCHNEIDER: Peraí cara... dinheiro?
CARA: O que, você achou que o serviço era de graça? O pagamento. Agora.
Na minha mão. Playboy.
Schneider tira a carteira de seu bolso, pega uma quantia de dinheiro e
entrega pro Cara.
SCHNEIDER: Toma, cara. Espero que seja o suficiente-
CARA: Me dá isso aqui.
O Cara arranca o dinheiro de Schneider e some em uma nuvem de glitter.
Schneider, agora livre dos fantasmas opressores, com ajuda de seu mais
novo amigo, volta ao seu trabalho e é feliz.