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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por que os politicos insistem em meter sua colher na Educação?

         Mais um ano eleitoral e como de costume, os políticos começaram a "inventar" pra cima da Educação.  Dessa vez, somos alvo das "cotas", da pesudorredução de disciplinas do Ensino Médio ou da inexistência de férias para a Educação Infantil....
         Em busca de votos, esses indivíduos que se travestem de "representantes do povo" reforçam suas ideias malucas sobre "educação de qualidade"!
         Vamos passo a passo desvendar a origem desses retalhos que acabam constituindo uma "colcha nada bonita de terrorismo educacional":
          Cotas - antes de qualquer coisa quero deixar claro que sou ferrenha defensora da diversidade, pluridade cultural e correlatos, a ponto desse tema, os preconceitos e os estereótipos que acompanham os diversos povos se tornarem objeto de estudo da minha dissertação de mestrado.
          Contudo, cotas são um remendo mal costurado nessa loucura que é nossa política educacional, ao invés de investir em capacitação dos educadores, de garantir o direito de buscarem as qualificações com as quais se identificam, fornecendo ao Professor tempo e subsídios financeiros para efetivar essa busca; ou ainda, equipar as escolas com material didático-tecnológico adequado, o governo em sua eterna polítca paterno-assistencialista, resolve mal tapar o rombo lá no final reservando cotas para os alunos da escola pública - em síntese assume a completa incapacidade de suas instituições educacionais minimizando a ação de seus profissionais. Numa concepção de: o ensino público é fraco, despreparado e não há mais nada a fazer!
           Redução de disciplinas do Ensino Médio a quatro áreas - Como todas as iniciativas legais, esse recurso até tem boas intenções, prevê um enfoque similar para todas as disciplinas, diverso da corrente supremacia da Língua Portuguesa e da  Matemática sobre as demais disciplinas. Até tenho um pouco de sorte, sou professora de Biologia e por seu caráter científico, essa disciplina ainda tem um pouco de consideração nos meios escolares. Ainda que já tenha ouvido de alguns pais: " O quê, meu filho tirou nota vermelha em ciências, mas é só decorar o livro!"
         Tenho pena dos colegas de Artes, Religião, Educação Física e afins que, nos conselhos de classe são bombardeados de todos os lados porque: " Ai, o fulaninho é tão bom em Matemática, vai reprovar só porque não entregou uns trabalhinhos de Artes!"
          Essa medida também busca forçar o efetivo enfoque interdisciplinar dos compenentes curriculares, outro ponto de muito interesse meu como educadora e supervisora!
          Mas, para os que se assustaram com a "novidade" aviso que ela existe desde 1995, quando foram publicados os PCNs que foram publicados em livros separados segundo as áreas de conhecimento. Aos que acham que sou a favor, comunico: estão redondamente enganados, sou a favor das concepções de que nenhuma disciplina é superior às demais e de que o ensino interdisplinar promove uma aprendizagem rica e significativa (quando publicar minha dissertação, vocês confirmarão meu ponto de vista com os resultados da minha pesquisa).
          Mudanças exigem investimentos, os professores precisam acreditar nesses pressupostos teóricos para levarem à prática, não de textos cansativos, cheios de "pedagogiquês" e impostos sumariamente por meio de uma legislação incoerente com a realidade. Capacitação adequada é novamente a resposta para resolver esse problema.
           Inexistência de férias para a Educação Infantil - Professor NÃO é vagabundo, trabalha e muito! E a Educação Infantil é um nível de ensino como o Ensino Fundamental ou Médio, tem objetivos pedagógicos e visa a aprendizagem das crianças na primeira infância. Deixou de ser creche há mais de 15 anos, quando passou a ser responsabilidade das Secretarias de Educação, e não de Saúde; ou seja, é educação e não assistencialismo!
           Agora, para que os pais possam ter onde "deixar seus filhos" enquanto trabalham, as escolas de Educação Infantil deverão funcionar  ininterruptamente.
            O texto está longo e provavelmente muitos dos leitores já cansaram de ler até aqui, mas o fato é que, se a moda é fazer leis porque esses egrégios brasileiros não dirigem sua mira para a legislação trabalhista ( reduzindo a carga horária de trabalho para que os pais não precisem deixar seus filhos de seis meses 12 horas dentro de uma escola), ou para a legislação fiscal para que as empresas "que tiram o couro do trabalhor" sonegem menos impostos garantindo fluxo de caixa para aumentar o salário dos professores?
             Ou, se a moda é copiar modelos educacionais, porque não copiam o modelo americano onde o aluno entra na Universidade pela análise da qualidade do seu histórico escolar? Ou ainda, o japonês, afinal, os japoneses são famosos por sua inteligência formal.... e pelo seu respeito ao professor!
            Não, o Brasil é um país em desenvolvimento, a caminho do primeiro mundo e precisa consumir, além disso mexer com os empresários é mexer num vespeiro muito grande!... É mais fácil buscar votos  através da Educação, a escola passa a ser a casa dos  filhos, os professores a referência cognitiva e afetiva e nós vamos costurando mais remendos nessa colcha e desviando o dinheiro que é devido à Educação!
             Ainda tenho muita coisa entalada na garganta, semana que vem, falo do IDEB e do Governo do Rio do Sul.........
            

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