Dentre as viagens pelo Brasil afora, no porta-malas da variante marrom de meu pai, os passeios no Rio, em São Paulo ou Paraná, minha lembrança mais límpida são os momentos que passei no sítio do meu avô.
O mapa do lugar está indelével em meu cérebro: a mangueira com o balanço ao lado da horta, o quarto grande da casa onde colchões eram distribuídos no chão para que todos nós pudéssemos dormir, a jaqueira no pomar dos fundos debaixo da qual as crianças insistiam em brincar mesmo correndo o risco de receber uma "jacada" na cabeça, o cheiro do panetone que minha avó fazia, os natais e anos novos com a família reunida cantando, contando piadas e jogando víspora...
O lugar era o mais lindo que conheci; lá, o amor, a felicidade e a paz deixavam de ser substantivos abstratos para se tornarem concretos, tão presentes estavam no local. E tudo isso era devido ao casal que construiu aquele lugar: meu vô Neném e minha vò Cecília, um casal que personificava o AMOR, em sua mais completa expressão, eles se completavam: eram feijão com arroz, strogonof com batata palha, queijo e vinho... Não era possível imaginar um sem o outro e ainda hoje, não acredito que minha avó tenha sobrevivido tanto tempo depois que meu avô se foi!
Na minha memória ainda se descortina os rostos sorridentes dos dois quando nosso carro despontava na estradinha de chão que dava acesso ao portão do sítio e meu vô corria para o portão escancarando-o como se fossem as portas do seu próprio coração. Faço o possível para proporcionar aos meus filhos boas lembranças de infância como essas e principalmente, ajudá-los a conhecer e desenvolver os valores que desenvolvi graças à família onde cresci!
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