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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O dia em que virei uma "amazona"

 Minha prima Vivinha( www.mejoana.blogspot.com) escreveu em seu Blog sobre suas peripécias com meu avô e como não poderia deixar de ser, conto agora minhas peripécias com o avô dela. Explico melhor essa relação: o irmão do meu avô Neném, tio Belo, casou-se com a irmã da minha avó Cecília, tia Gogóia; logo, todos os descendentes de Neném e Cecília tinham rigorosamente o mesmo sangue que os descendentes de Belo e Gogóia, junte-se a isso a convivência diária na mesma fazenda e teremos a receita de como produzir uma família enoooorme, unida e alegre! Vínculos que perduram até os dias de hoje.
     Eu devia ter oito, nove anos e passava minhas férias no interior de São Paulo, certa vez, fomos passar um período na fazenda e junto conosco, levamos o tio Belinho: pequeno, mignon, já naquela época ele tinha a mesma altura que eu, o que me divertia "por demais"! De manhã, tio Belinho acordou e me falou: - Cleise vamos andar a cavalo? Respondi ingenuamente: - não sei, tenho medo. - Não há de ser nada, te ensino. Respondeu-me prontamente ele.
     Fomos até onde se encontravam os cavalos e aquele pequeno homem transformou-se em um Hércules na minha frente, pegou o melhor pangaré do local ( um cavalo branco), selou-o e me orientou a colocar primeiro o pé esquerdo para montar.Na teoria isso parece fácil, mas na prática... cadê, que a pata-choca aqui conseguia alçar a perna direita por sobre o animal! Meu Hércules particular juntou então as mãos e, fazendo "pézinho" me auxiliou nessa batalha, e pasmem, naquela época eu ainda não sabia o que era dieta e ele, o cavalo, arqueou as pernas com o meu peso!
      Continuando a epopéia ele me ensinou a segurar as rédeas, manter os joelhos junto ao corpo do animal e direcioná-lo puxando as cordas. Cavalgamos quase todo o dia, ele ao meu lado, em seu cavalo castanho mostrava-me o gado, o rio onde tomávamos banho... Foi uma experiência inigualável!
      De noite, com o corpo todo dolorido, sentávamos à luz do luar, a fazenda não tinha luz elétrica na época, e cantávamos enquanto nosso querido tio Belinho tocava sua viola. 
      Nesses momentos saudosistas, relembro com alegria cada instante de uma infância distante e feliz. Se hoje sou quase uma "amazona" e consigo montar pangarés, devo isso ao meu querido pequeno-grande-homem, tio Belo!

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